A Terra do Baile da Chita
Dois Aglomerados humanos
iniciais, estabelecidos na região, eram chamados pelas respectivas localizações
de Lourenço de Cima e Lourenço de Baixo. O primeiro teve origem em uma capela
erigida pelo proprietário, Antônio de Souza Barbosa, em homenagem à Nossa
Senhora da Conceições. Nem ele e nem Lourenço Veiga, pioneiros que deram grande
impulso ao povoado, foram escolhido para dar nome à cidade. Anos Depois, já no
regime republicano, a localidade passou a se chamar Paulo Jacinto, por sugestão
da Great Western, em homenagem a Paulo Jacinto Tenório, rico fazendeiro de
Quebrangulo que havia doado terras para a passagem da ferrovia.
História - A denominação primitiva do atual município de
Paulo Jacinto foi o pequeno vilarejo chamado “Lourenço de cima” para
distinguir-se da povoação "Lourenço de Baixo" propriedade agrícola de
Lourenço Veiga, onde como era de costume, construir uma capela sob invocação de
São Lourenço, ainda existente. "Lourenço de cima" teve origem com a
vinda de Antonio de Souza Barbosa, ilustre paraibano filho de Campina Grande,
que se transladou para alagoas nos primórdios do segundo império 1835 vindo
habilitar a nossa terra, juntamente com sua família. O fundador de Lourenço de
Cima foi o então Sr. Antônio de Souza Barbosa que construiu uma capela sob
invocação de Nossa Senhora da Conceição. Novos habitantes para lá fluíram,
atraídos pela amenidade do clima e a fertilidade do solo, fazendo surgir uma
povoação em torno da capela. Um homem conhecido por José Carolino abriu o
primeiro estabelecimento comercial do lugar, chamado na época de “bodega”.
Com a inauguração, em 1911,
da estação da Estrada de Ferro da "Great Western", o Povoado passou a
chamar-se Paulo Jacinto, homenagem a Paulo Jacinto Tenório, filho de
Quebrangulo e que havia doado à citada Companhia uma área de terras destinada
aos serviços da nova via de comunicação.
Gentílico:
paulojacintense
Um comércio
crescente
Nessa altura,
dadas às necessidades do ambiente, surgiu o primeiro estabelecimento comercial,
uma bodega, como era chamado na época, de propriedade do senhor José Carolino.
Numa terra que se plantando, muito se colhia o excedente da lavoura era
transportado pelos novos povoadores, em lombos de animais, para a praça do
comercio mais próximo, particularmente Pilar grande empório comercial da época.
Os produtos agrícolas eram vendidos ou trocados. Ao voltarem para sua terra,
após uma cansativa viagem, traziam tecido, charque, bacalhau, farinha de trigo,
e outros, produtos esses que não eram encontrados no povoado
(IBGE, 1959).
Nos primeiros dias da República, o que era um
pequeno aglomerado, foi aos poucos se tornando uma prospera povoação com
dezenas de casas e já com vários estabelecimentos comerciais. Uma pequena
indústria (á vapor) de descaroçar algodão, uma feira semanal bastante
frequentada, geravam alguns empregos e rentabilidade para a população.
Paulo Jacinto Tenório |
Em 1911, com a inauguração da estrada de ferro,
administrada pela Great Western, houve um grande desenvolvimento, tanto
no aspecto social quanto no econômico, quando por proposta da companhia
encarregada de administrar a movimentação dos trens , foi solicitado que se
mudasse o nome da localidade para Paulo Jacinto, em homenagem ao Sr. Paulo Jacinto Tenório, que havia
doado á aquela companhia, uma grande área de terras destinadas aos serviços da
nova via de transportes, de grande importância para o crescimento de toda
região.
As distancias são encurtadas com a inauguração da
via férrea, as cidades vizinhas e a capital já não se encontram tão distantes,
com algumas horas de viagem, a população pode visitar parentes, ir ao medico,
fazer compras ou vender suas mercadorias, entre outras coisas. O
desenvolvimento acelerado faz com que em 1925, a povoação seja elevada a
categoria de vila, sendo então oficialmente denominado de Vila Paulo Jacinto,
em homenagem a Paulo Jacinto, em homenagem a Paulo Jacinto Tenório.
Anseio de
liberdade
Os habitantes da próspera vila de Paulo Jacinto já
não aceitavam depender politicamente do Município de Quebrangulo. Iniciam-se,
então, vários movimentos, liberados por representantes de vários segmentos da
sociedade, em prol da emancipação politica, destacando-se: Barbosa Filho e sua
esposa Sebastiana Holanda Barbosa, s.r. Caladinho e esposa Irene Barros Calado,
Novo Barros e esposa Josefa Barbosa Barros (Zefinha de Novo), José Teixeira
Cavalcante, João Cassiano Costa, Alonso Andrade, João Duda Calado e filhos,
Francisco de Assis Barbosa e esposa Maria Luísa Torres Barbosa, José Aurino de
Barros e família, José Moreno Cunha e muitos outros.
Dentre os movimentos, destacou-se um baile,
realizado no mês de julho de 1951, num galpão, para ser armazenado algodão para
ser comercializado, espaço esse conhecido pelos paulojacintenses como Lagense.
Por ser realizado no mês posterior ás festas juninas, o traje era de chita,
tanto para os rodados vestidos das senhoras, como para as camisas dos nobres
senhores. Na época a música “Rosinha de Propriá”, de Luiz Gonzaga, fazia sucesso,
sendo executada ao som de uma sanfona, era o carro chefe do baile, cuja
finalidade era angariar fundos para a emancipação politica da Vila de Paulo
Jacinto.
Finalmente, após várias reuniões e audiências com o
Governador do Estado, da época, Dr. Arnon de Melo, em 02 de dezembro de 1953 ,
a Lei 1.747, tornou Paulo Jacinto independente de Quebrangulo, sendo elevado á
categoria de Município.
Formação Administrativa. Em
divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, figura no município
de Quebrangulo o distrito de Paulo Jacinto.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1950. Elevado
à categoria de município com a denominação de Paulo Jacinto, pela lei nº 1747,
de 02-12-1953, desmembrado de Quebrangulo. Sede no antigo distrito de Paulo
Jacinto ex-povoado. Constituído do distrito sede. Instalado em 07-01-1954. Em
divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito
sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Somente em 04 de janeiro de 1954, foi nomeado o
primeiro prefeito do Município de Paulo Jacinto, José Aurino de Barros, digno
descendente do Sr. Antônio de Souza Barboza, dando-se a instalação do Município
em 07 de fevereiro do mesmo ano. Festiva solenidade marcou o sentimento de
júbilo da população que compareceu em massa ás comemorações em homenagem a nova
cidade.
Apenas em 31 de janeiro de 1955, foi eleito o
primeiro prefeito através do voto direto, Sr. Francisco de Assis Barbosa (2º
prefeito do município), também descendente de Antônio de Souza Barboza. Nesta
data, também foi instalada a câmara de vereadores, tendo como presidente, Sr.
José Aurino de Barros. Até a presente data, Paulo Jacinto contou com (10)
prefeitos sendo que em 1978, em virtude do falecimento do então prefeito
Sebastião Barbosa Calado, assumiu a Vice-Prefeita Maria José Ferreira Fontan.
Nesse período os mandatos foram prorrogados de 04
(quatro) para 06 (seis) anos. Foi um período de mudanças, onde por coincidência
ou não, a maioria do Secretariado Municipal era exercida por mulheres, o Poder
Legislativo era presidido pela Vereadora Eloína Cavalcante Barbosa, o
judiciário era comandado pela Exma. Juíza Nelma Torres Padilha. Esse fato foi
destaque em jornais, na Revista Veja e no Fantástico, por ser quase inédito no
Brasil.
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